domingo, 19 de agosto de 2012

Os Novos Campos de Pesquisa-ação da História

Compreender a história, suas correlações e seus contextos, configura um campo de saber bastante abrangente e minucioso. Esta complexidade ultrapassa sentidos de periodização do seu ensino como afirma (SCHIMDTT), e os muros e intra-muros como constata (FREIRE), tornando necessário uma nova abordagem e significação para caracterizar esta linguagem.
Dentro desta abordagem, confirmam-se saberes e fazeres, memórias e esquecimentos, dialetos e patrimônios culturais, tradição e conflito, oralidades e etnias, artefatos e documentos... Enfim, uma gama de possibilidades de instrumentos que trarão (re)leituras sobre determinado objeto de estudo. Contudo (CHAGAS) ressalta o exemplo dos museus neste papel, o museu não é uma ciência, e nem pode ser o objeto; A ciência está na relação dialógica e na atribuição de sentido que este provoca no indivíduo.
A reflexão que (CHAGAS) nos traz, é que a pesquisa-ação precisa fazer sentido, provocação (provocar ação), pautar diálogos, promover debates e gerar problemáticas (BITTENCOURT). Só assim, registrará novas possibilidades de evidenciar os processos históricos com uma linguagem multicultural, perpassando uma ponte que liga o passado ao presente, utilizando as mais diversas fontes como alicerce de sua análise.
Assim como o poema “O Catador” de Manoel Bandeira, em que o catador ao juntar pregos enferrujados do chão, descobriu o real sentido de ser, do o que de ter, ou seja, sua descoberta pessoal, o objeto que ressignificou seu modo de pensar, pois a atribuição de sentido está conectada com os meios sociais, ao qual cada indivíduo está inserido.
Desta forma, os campos de pesquisa-ação precisam ser descobertos ou revisitados pelos historiadores, a fim de que as linguagens históricas possam ser este instrumento do homem que pronuncia o mundo (FREIRE), sem os tradicionais estranhamentos que impossibilitam um diálogo transversal sobre a história (NORA).
Inspirar-se a aventurar por meio da organização social, do local para o global, dos patrimônios culturais materiais e imateriais, das memórias, são novos desafios postos que propiciam percepções de novas singularidades e pluralidades, muitas vezes invisibilizadas, por conta de alguns processos segmentares da história.
Mas para além de um processo de segmentação da história, a invisibilidade ocorre, por que a memória, é um saber em disputa, principalmente por quem a pronuncia, sendo um retrato autobiográfico da sociedade atual (CALLIGARIS).
Portanto, os novos campos de pesquisa-ação da história, podem dar grande contribuição ao que (CASTELLS) contextualiza com base em um ou mais atributos culturais como parte de um processo de formação de identidades dos sujeitos; A partir desta perspectivas de novos olhares de pertencimento e/ou reconhecimento.
O desafio está posto, como diz um provérbio “a cada um conforme sua possibilidades, a cada um conforme suas necessidades”, ou seja, o mundo em transformações, novos desafios, novas inspirações.



Joel Santana
Mestrando em História/FURG

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