Compreender a história, suas
correlações e seus contextos, configura um campo de saber bastante
abrangente e minucioso. Esta complexidade ultrapassa sentidos de
periodização do seu ensino como afirma (SCHIMDTT), e os muros e
intra-muros como constata (FREIRE), tornando necessário uma nova
abordagem e significação para caracterizar esta linguagem.
Dentro desta abordagem,
confirmam-se saberes e fazeres, memórias e esquecimentos, dialetos e
patrimônios culturais, tradição e conflito, oralidades e etnias,
artefatos e documentos... Enfim, uma gama de possibilidades de
instrumentos que trarão (re)leituras sobre determinado objeto de
estudo. Contudo (CHAGAS) ressalta o exemplo dos museus neste papel, o
museu não é uma ciência, e nem pode ser o objeto; A ciência está
na relação dialógica e na atribuição de sentido que este provoca
no indivíduo.
A reflexão que (CHAGAS) nos
traz, é que a pesquisa-ação precisa fazer sentido, provocação
(provocar ação), pautar diálogos, promover debates e gerar
problemáticas (BITTENCOURT). Só assim, registrará novas
possibilidades de evidenciar os processos históricos com uma
linguagem multicultural, perpassando uma ponte que liga o passado ao
presente, utilizando as mais diversas fontes como alicerce de sua
análise.
Assim como o poema “O
Catador” de Manoel Bandeira, em que o catador ao juntar pregos
enferrujados do chão, descobriu o real sentido de ser, do o que de
ter, ou seja, sua descoberta pessoal, o objeto que ressignificou seu
modo de pensar, pois a atribuição de sentido está conectada com os
meios sociais, ao qual cada indivíduo está inserido.
Desta forma, os campos de
pesquisa-ação precisam ser descobertos ou revisitados pelos
historiadores, a fim de que as linguagens históricas possam ser este
instrumento do homem que pronuncia o mundo (FREIRE), sem os
tradicionais estranhamentos que impossibilitam um diálogo
transversal sobre a história (NORA).
Inspirar-se a aventurar por
meio da organização social, do local para o global, dos patrimônios
culturais materiais e imateriais, das memórias, são novos desafios
postos que propiciam percepções de novas singularidades e
pluralidades, muitas vezes invisibilizadas, por conta de alguns
processos segmentares da história.
Mas para além de um processo
de segmentação da história, a invisibilidade ocorre, por que a
memória, é um saber em disputa, principalmente por quem a
pronuncia, sendo um retrato autobiográfico da sociedade atual
(CALLIGARIS).
Portanto, os novos campos de
pesquisa-ação da história, podem dar grande contribuição ao que
(CASTELLS) contextualiza com base em um ou mais atributos culturais
como parte de um processo de formação de identidades dos sujeitos;
A partir desta perspectivas de novos olhares de pertencimento e/ou
reconhecimento.
O desafio está posto, como
diz um provérbio “a cada um conforme sua possibilidades, a cada um
conforme suas necessidades”, ou seja, o mundo em transformações,
novos desafios, novas inspirações.
Joel Santana
Mestrando em História/FURG
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