O desafio do Estado de construir políticas públicas na área museológica resultou no Fórum Estadual de Museus do RS, que em sua 13ª edição tematiza “Políticas Museais: a Memória, os Avanços e a Contemporaneidade”, de hoje até a próxima quinta, na Casa de Cultura Mario Quintana. Pessoas de diversas partes do país prestigiaram a abertura do evento, promovido pelo Sistema Estadual de Museus (SEM), na manhã desta terça-feira, que contou com “Diferenças e Misturas”, performance do grupo Poetas Mortos Rebeldes Renascidos, sobre negros e índios.
A mesa foi composta pela coordenadora do Instituto Brasileiro dos Museus (IBRAM), Rose Moreira de Miranda; o coordenador do SEM, Joel Santana; a primeira-dama do Estado, fotógrafa e idealizadora da Fototeca do RS, Sandra Genro; o secretário adjunto da Cultura do Estado, Jéferson Assumção e a titular do Conselho Regional de Museologia, Maria Cristina Pons.
Com dez anos de trajetória, o SEM, ao promover o 8º Fórum Estadual de Museus, há cinco anos, elaborou a Carta de Rio Grande, geradora de políticas públicas do setor em todo o Brasil, que resultou na criação do Departamento de Museus do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), avançando na consolidação de políticas públicas. Na ocasião foi abordada a relação entre museu e globalização e sua coordenadora, Simone Monteiro, institucionalizou os cursos de Museologia. Para seu atual gestor, Joel Santana, o fórum “servirá como subsídio para grupos de trabalho: como estabelecer comunicação com os museus? Como se inserir nas linhas estaduais? Como pensar estratégias de fomento?”
Já Rose Miranda, do IBRAM, disse que o evento histórico influenciou ações e práticas e preconizou que o Rio Grande do Sul será o primeiro Estado a organizar o plano estadual de museus. “Três anos após a fundação do Instituto Nacional de Museus, a criatura vê o criador”, avalia. Sobre os cursos de Museologia, ela disse que dos dois existentes na Bahia e Rio de janeiro, foi dada a partida para os 14 disponíveis hoje, no território nacional. “Tem crescido os concursos públicos, assim como a média salarial. Existe muita disparidade de um Estado para o outro”, conclui.
Tendo percorrido o interior gaúcho para diálogos sobre diretrizes de políticas culturais, Jéferson Assumção enfatizou a importância dos momentos participativos de qualificação. O projeto de criação do Sistema Estadual de Cultura e Plano Estadual de Cultura foi encaminhado à Assembleia Legislativa para planejamento cultural e desenho de programas. “Tínhamos ações e não programas. Amarramos tudo no Plano Estadual de Cultura”, disse. Na sua percepção, o avanço deve ser em planejamento, participação e financiamento. Outra ação foi não depender exclusivamente da Lei de Incentivo à Cultura (LIC), que dedicou R$ 20 milhões no primeiro ano deste Governo; R$ 30 milhões em 2012 e R$ 35 milhões hoje. Em paralelo à isenção fiscal, citou o Fundo de Apoio à Cultura. “Avanços que precisamos consolidar”, avalia.
O Mapa Digital da Cultura (www.cultura.rs.gov.br/mapa) foi apresentado à plateia, que quase lotou o Teatro Bruno Kiefer. Desenvolvido em software livre, traz o Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas, pontos de cultura, coletivos de artes visuais e música, entre tantos outros, além do SEM, composto atualmente por 333 museus (cerca de 150 instituições ainda não fazem parte deste mapeamento). Até a metade da tarde de hoje será dado espaço aos grupos de trabalho: ação educativa; promoção e dinâmicas cu8lturais; gestão e sustentabilidade; formação, capacitação e pesquisa; expografia e arquitetura; gestão de risco e patrimônio museolóico e documentação. Às 18h30min, no Teatro Bruno Kiefer, está previsto o relançamento da 3ª edição do Guia dos Museus do RS, numa versão mais ampliada, que inclui cursos, redes de trabalho e sistemas municipais.
Fonte: Setor de Comunicação da CCMQ
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