O que vai na marmita do trabalhador?
Na marmita, vai arroz e vai feijão.
Com certa sorte, farofa ou macarrão, e talvez couve, talvez ovo, talvez uma mistura diferente, uma surpresa, um presente.
Na marmita vai um certo amargor: o travor da submissão, os ossos da servidão, a enorme fome da liberdade utópica, do inexequível lazer, do que há por fazer, das horas da condução, da inatingível satisfação.
O que mais vai na marmita do trabalhador?
Na marmita, além do arroz e do feijão, vai também um certo dulçor: um gosto de paz e de amor, o tempero da casa, a sensação do descanso, a lembrança do sossego, das horas passando mais devagar, a saudade dos filhos, reminiscências de alegria, recordações de inocência.
A marmita leva ainda a ternura caprichosa da mulher, o afeto carinhoso no preparo da bóia, e durante a refeição,
Na meiga imagem da companheira, a marmita é cúmplice faceira, e leva o prazer em sobejo: em cada ingrediente um desejo, em cada garfada um beijo!
Autor: Oldney Lopes
Nossa Homenagem aos Trabalhadores do Brasil!
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