quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Tá loco meu, que festa!

Este foi o sentimento de quem saiu do 30° Bailôco no último final de semana em Camaquã, ao som da banda Formigos e do cantor Sidney Magal que animaram a festa, e levaram hits dos mais variados estilos e épocas aos participantes.
Sem sombra de dúvida, o grande público que prestigiou o Bailôco, em suma maioria jovens, demonstra que esta festa além de ter um caráter regional é uma das maiores festas à fantasia do estado do Rio Grande do Sul, e fundamenta-se pela irreverência dos participantes e suas fantasias.
Mas por que o Bailôco além de ser uma das festas mais tradicionais da região faz tanto sucesso? Essa pergunta é facilmente respondida a medida que considerarmos inúmeros aspectos desta festividade e compreendermos a magia que transcende este ambiente.
Além de movimentar financeiramente a cidade, como trazer turistas, formular empregos diretos e indiretos, e divulgar a cidade de Camaquã, o Bailôco tem na sua essência a magia do trajar-se diferentemente do habitual, e isto, traz ao imaginário popular figurações que a partir de fantasias retratam formas do cotidiano popular, seja este exemplificado por influência dos meios de comunicação, seja por aspectos regionais e criações pessoais.
O Bailôco é muito mais que uma idéia legal, é uma espaço de interação social, onde as diferentes tribos juvenis e da sociedade como um todo, se encontram para uma festividade que possui inúmeras características peculiares e ao mesmo tempo não tem um padrão de formas ou requisito, onde a expressão dos diferentes se evidenciam perante uma sociedade.
A grande participação dos jovens é uma referência do sucesso que esta festividade tem, tanto pela novidade que a festa toma a cada ano, como também pelo inesperado, o não saber o que irá acontecer durante a festa, a atração, ambientes e os próprios personagens criam esta mistica.
Os personagens criados e recriados para o Bailôco, aliados ao um ambiente de som, luzes e cores que movimentam em principal os jovens a programarem-se e a partir disto coexiste juntamente com a festa uma série de preparações individuais e grupais que antecede o evento.
As pré concentrações que antes ocorriam nas ruas foram para os grupos e blocos, exemplo disso é o grupo Garrafa Quebrada, que organiza durante o ano inúmeras festividades, preparou-se para o Bailôco com um concentração para a festa, e mostra algumas das muitas ações que ocorreram na noite, outro fator de curiosidade do 30° Bailôco foi cambistas a porta do evento tentando repassar ingressos para os demais.
A Lokofesta, uma festa à fantasia ocorrida em São Lourenço do Sul que encontra-se na 11° edição, foi inspirada no Bailôco, e mostra toda referência de festividade e importância social que o Baile Louco tem.
Enfim além de um espaço de troca de vivência, da relação econômica, de um ambiente místico, da construção de imagens e personagens, da referência que o Bailôco representa, tudo isso interagindo com os retratos das identidades juvenis e suas manifestções, eis aí parte do sucesso do Bailôco.


Joel Santana
Estudante do Curso de História
UNIASSELVI – Centro Universitário Leonardo Da Vinci
Monografia: E AI TU VAI NA FESTA? Retratos das Manifestações Juvenis no Bailôco

Assessor de Memória e Patrimônio
Casa de Cultura
São Lourenço do Sul

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