terça-feira, 26 de julho de 2011

A Saga do Guerreiro Alumioso no Museu Julio de Castilhos

Um dos grandes nomes do cinema brasileiro foi o escolhido para a próxima atração do Cineclube do Museu Julio de Castilhos: A Saga do guerreiro Alumioso de Rosemberg Cariry. A sessão, numa parceria com o Instituto Estadual do Cinema (IECINE) será dia 28 de julho, às 19h, com entrada Franca.
O filme é ambientado na cidade fictícia de Aroeiras, no interior nordestino, onde vive Genésio, um viúvo aposentado que preenche a solidão com goles de cachaça e conversas de botequim sobre os tempos de Lampião. Baltazar, líder camponês, não acredita em mitos do passado e vê na luta política organizada o modo possível de se mudar as coisas. Enquanto as autoridades são alvos de piadas e a elite tenta controlar a direção do sindicato rural, entra em cena Delfina, uma figura estranha que profetiza a vinda de um restaurador da ordem e da justiça. Em meio a essas loucuras, Aroeiras é palco de tragédias, romances e nostalgia.
Em 1993, quando a produção de cinema no Brasil entrou em completo colapso, Cariry filmou, ainda como cineasta independente, este que é o seu segundo longa-metragem (ficção) A Saga do Guerreiro Alumioso. O filme foi finalizado com apoio da Cinequanon de Lisboa e do Instituto Português de Arte Cinematográfica (IPACA).
O filme ganhou os prêmios de Melhor Filme do Júri Popular, Melhor Ator e de Melhor Ator Coadjuvante, no XXVI Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, em 1993. A Saga do Guerreiro Alumioso marcou, de alguma forma, junto com três outros filmes que foram produzidos na época, o movimento de resistência do cinema brasileiro. Esse filme foi selecionado para representar o Brasil no Festival dos Três Continentes, de Nantes (França) e participou de muitos outros festivais internacionais: Portugal, Itália, Bélgica, Turquia, Índia, África do Sul, Colômbia, Cuba, Canadá, Estados Unidos da América, Uruguai, Espanha, entre outros.

Rosemberg Cariry

Filósofo de formação, cineasta por vocação, Antônio Rosemberg de Moura, de nome artístico Rosemberg Cariry, começou sua carreira cinematográfica em 1975. Em 1986, realizou seu primeiro filme de longa metragem (documentário), O Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, episódio de resistência camponesa que ocorreu em 1936 e que terminou tragicamente com a intervenção armada do governo e com milhares de camponeses mortos. O filme foi premiado nacionalmente e recebeu convite para participar de festivais em Portugal e Cuba. Em 2009, foi eleito presidente do CBC – Congresso Brasileiro de Cinema para o biênio 2009-2010. Em 2010 filmou Folia de Reis (Figural Farsesco e Popular) – ficção, seu nono longa-metragem. Participa atualmente do CSC – Conselho Superior de Cinema e dedica especial atenção à organização de dois livros sobre a história do CBC – Congresso Brasileiro de Cinema.

Filmografia

1986 - Caldeirão Da Santa Cruz Do Deserto
1993 - A Saga do Guerreiro Alumioso
1996 - Corisco & Dadá
1999 - A TV e o ser-Tao
1999 - Pedro Oliveira, o Cego que Viu o Mar
2001 - Juazeiro, a Nova Jerusalém
2003 - Lua Cambará, Nas Escadarias do Palácio
2006 - Cine Tapuia
2007 - Patativa do Assaré – Ave ou poesia
2008 - Siri-Ará
2010 – Folia de Reis

Texto: Asscom/Sedac

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