quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Nota pública sobre o direito democrático de livre manifestação

A campanha desenvolvida por entidades sindicais, denunciando a face autoritária do Governo Yeda e suas políticas de desmonte do serviço público, causou grande repercussão na sociedade gaúcha. Lamentavelmente, a cúpula do Ministério Público, saindo de sua função institucional de fiscal da lei, assumiu o papel de defensor do Governo, usando da sua influência para pressionar os veículos de comunicação.

Nesse contexto, algumas questões precisam ser devidamente esclarecidas:

- Todas as denúncias feitas pelos servidores têm origem em fatos concretos, que não foram criados pelos sindicatos ou por eles apresentados à opinião pública;

- As acusações de corrupção do DETRAN foram objeto de uma CPI e de processos que correm na Justiça;

- Foi a própria imprensa que repercutiu as declarações feitas pelo Chefe da Casa Civil, que causaram, inclusive, a sua demissão;

- A Secretária de Transparência nomeada se afastou do cargo acusando o governo de não dar à sociedade os esclarecimentos necessários sobre os seus atos;

- O descaso com a Segurança Pública é comprovado pelos números que mostram o aumento da criminalidade, com mais de três mil homicídios em dois anos de governo;

- A venda de parte do controle acionário do BANRISUL e a tentativa de prorrogar contratos de pedágios sem licitação, o sucateamento das fundações e empresas públicas, entre outros medidas de desmonte dos serviços públicos;

- O desmonte do Estado pelo fechamento de escolas e municipalização do ensino, com cortes de custeio para áreas vitais como Saúde e Educação somam-se à inexistência de políticas sociais;

- O autoritarismo do governo se expressa através de decretos e ordens de serviço para tentar coibir a livre organização dos trabalhadores, com os descontos dos dias de greve já recuperados, utilizando-se de incontáveis conflitos, repressão com violência aos movimentos sociais e ameaça de demissões, ausência de diálogo e práticas anti-sindicais.

As críticas e denúncias contra políticas públicas que afetam os interesses da sociedade são um direito democrático que os governantes precisam estar preparados para receber. Por isso é inaceitável que o MP, instituição constitucionalmente encarregada de defender a cidadania, seja instrumento dessa atitude antidemocrática.

As entidades signatárias desta nota reafirmam o compromisso de continuar denunciando o desmonte do RS e defendendo do direito democrático de livre manifestação.

NOSSO COMPROMISSO É COM O POVO DO RIO GRANDE. POR UM SERVIÇO PÚBLICO DE QUALIDADE E POR SERVIDORES VALORIZADOS E RESPEITADOS. NOSSAS VOZES NÃO IRÃO CALAR!


SPE-RS SINDICAIXA - UGEIRM - SINDSEPE - SIMPE - SINDIAGUA - SEMAPI - FED. BANCÁRIOS RS - SINDJUS/RS - SINDET - CPERS/SINDICATO

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