quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O lutador camponês

O deputado Adão Pretto (PT-RS), de 63 anos, morreu nesta quinta-feira (5), às 7h50, em Porto Alegre. O deputado estava internado há 20 dias em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Moinhos de Vento, onde se submeteu a uma cirurgia para retirada do pâncreas.
De acordo com a assessoria do deputado, ele não reagiu à cirurgia e teve uma parada cardíaca. O velório será realizado a partir das 9h30 na Assembléia Legislativa gaúcha. O sepultamento ainda não foi marcado, segundo informações da Agência Câmara.
A ex-senadora Emília Fernandes, também do PT, é a primeira suplente da vaga deixada pelo deputado.
Um dos fundadores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Rio Grande do Sul, Adão Pretto estava no sexto mandato consecutivo como deputado. Filiou-se ao PDT em 1980 e no PT em 1985, ano em que se elegeu deputado estadual.
Em 1991, tomou posse, pela primeira vez, como deputado federal, e seria reeleito seguidamente para outras cinco legislaturas. O deputado era presidente da Comissão de Legislação Participativa.
Adão Pretto despontou como uma liderança expressiva do movimento camponês no interior do Rio Grande do Sul. Participou das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e da Comissão Pastoral da Terra (CPT), instituições ligadas à Igreja Católica. Chegou à presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Miraguaí.
Na Câmara, opunha-se aos ruralistas na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural. Sua principal bandeira política foi a reforma agrária. Chegou a escrever um livro sobre o tema: "Queremos Reforma Agrária" (Editora Vozes, 1987).
O último projeto de lei do deputado Adão Pretto foi apresentado em outubro do ano passado. A proposta acaba com o pagamento de indenização compensatória nos processos de desapropriação para fins de reforma agrária.
Adão Pretto deixa uma lacuna no movimento camponês brasileiro.

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