É opinião majoritária entre técnicos, gestores, empresários, universidades e políticos sobre as excelentes possibilidades que tem o turismo no Rio Grande do Sul. Nosso Estado é rico em belezas naturais, possui uma cultura que desperta atenção nacional e internacional e sua diversidade étnica constitui excelentes perspectivas para o estabelecimento de relações com diversos mercados emissores de visitantes. Não obstante a estes fatores, destaca-se, ainda, a existência de uma rede de serviços com operação profissional instalada como elemento determinante de uma condição regional diferenciada. Porém, pesquisa realizada há pouco mostra nosso Estado como o 3° mais lembrado para visitação em nível nacional e o 8° em fluxo de turistas em âmbito nacional.
Neste momento é fundamental que tenhamos uma postura mais dinâmica, profissional, técnica e arrojada para potencializar o turismo gaúcho. Em minha singela opinião necessitamos promover um esforço compartilhado para a atração de novos parceiros ao turismo. É imperioso que tenhamos condições de ampliar os investimentos públicos e privados para melhorar o que temos e apoiar os empresários gaúchos no desafio de inovarem e qualificar os empreendimentos turísticos. Mas sempre considerando e valorizando o Estado de forma integrada entre suas regiões turísticas, sem deixar de perceber, obviamente, que possuímos destinos indutores já oficializados e consolidados, mas trabalhando firmemente para promover todas as regiões de forma justa e equilibrada.
Para mim um exemplo claro desta necessidade tem sido nossa posição em relação ao PRODETUR. Enquanto outros Estados da federação estão contratando novas etapas do Programa que conta com recursos internacionais com percentuais de 60% dos financiamentos a fundo perdido, o Rio Grande do Sul não assume a mesma posição e acaba permitindo que regiões turísticas como a Costa Doce não acelerem seu processo de desenvolvimento turístico, deixando de promover obras de infraestrutura fundamentais que poderiam auxiliar no início, por exemplo, da despoluição de um dos maiores mananciais de água doce do planeta: a Laguna dos Patos, com obras essenciais de saneamento ambiental e promoção do turismo náutico.
Considero, portanto, que é cada vez maior o desafio da gestão compartilhada entre a esfera pública e a iniciativa privada. Entidades como a ABIH e outras, têm a oportunidade e a responsabilidade de aproveitar o processo eleitoral de 2010 para apostar seus esforços e investimentos em candidaturas comprometidas como uma agenda de trabalho factível que aponte para a mobilização social do turismo gaúcho em temas como o PRODETUR, posicionamento competitivo do Rio Grande do Sul frente aos grandes eventos internacionais: Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016, atuação integrada de nossas bancadas na Assembleia Legislativa e no Congresso Nacional para obtenção de investimentos no turismo do Estado, abertura de discussões com o Banco Central e o Ministério da Fazenda sobre linhas de financiamentos ao setor privado em condições mais coerentes com os tempos da atividade, relacionar o Fundo Estadual do Turismo aos percentuais da receita estadual do ICM`s, aproximar as relações do turismo com as empresas públicas gaúchas para que percentuais de seus bilionários lucros anuais possam ser revertidos em investimentos na promoção turística em âmbitos nacional e internacional, entre outros temas que certamente surgirão nos espaços de debates das eleições 2010 com profissionais e representatividades do setor em todo Estado.
O imprescindível é que despertemos esta convicção de que é possível e urgente avançar efetivamente. Com mais técnica e menos política, valorizando os profissionais, empresários e técnicos do setor. Construindo uma agenda com os gestores públicos e com as representações parlamentares que transformem de fato os discursos efusivos de compromisso com o turismo, em ações práticas e concretas que permitam que a atividade econômica que mais cresce no mundo inteiro, possa, no Rio Grande do Sul, conquistar novos aliados e assumir papel de destaque num contexto de maior dinamismo da economia estadual, condição que outros países e estados brasileiros já estão vivendo a pleno. A vontade política, integrada com o esforço empresarial e a valorização da visão técnica, são elementos decisivos para as perspectivas de transformação da realidade do turismo gaúcho, ao mesmo tempo em que se constituem como ângulos de referência e percepção pessoal, que orientam e sustentam os meus compromissos com o setor.
Zelmute Oliveira
Jornalista
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