O jornalista Zelmute Oliveira participou na sexta-feira (11), em Rio Grande, do evento de lançamento do edital para a instalação de 16 Pontos de Cultura na região da Costa Doce. A solenidade ocorreu na Universidade Federal de Rio Grande (Furg). O investimento do Governo Federal no projeto será de R$ 4 milhões. Cada uma das 16 ações receberá o investimento de R$ 185 mil para o desenvolvimento de atividades ao longo de dois anos. O período de inscrição de projetos vai até o dia 25 de julho.
Segundo o jornalista Zelmute Oliveira, ex-presidente da AD Costa Doce, o projeto vem sendo desenvolvido há três anos em conjunto com a Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul) visando, além do aspecto cultural, a questão da promoção turística. “As propostas deverão trabalhar de forma transversal os temas da cultura e do turismo”, disse. “O edital será direcionado a entidades da sociedade civil que tenham um histórico na atuação cultural e do turismo na Costa Doce.”
Os 16 pontos de cultura poderão ser instalados em qualquer um dos 39 municípios das regiões Centro-Sul e Sul. Os convênios serão realizados diretamente com organizações não-governamentais, que terão a responsabilidade de executar os projetos após a aprovação. O Rio Grande do Sul foi um dos poucos estados do Brasil a não conveniar com o Ministério da Cultura para o desenvolvimento do projeto Pontos de Cultura, motivo pelo atraso na implantação do projeto. Os pontos existentes hoje, como em Pelotas e em São Lourenço do Sul, funcionam por intermédio da universidade federal e da Prefeitura Municipal, respectivamente.
De acordo com o prefeito de São Lourenço do Sul José Nunes, à época presidente da Azonasul e responsável pela negociação junto ao Ministério da Cultura, a ideia é promover a cultura num projeto articulado regionalmente, tendo em vista a ampliação da possibilidade de acesso aos recursos do projeto estendida aos municípios da região Centro-Sul. “É uma forma global de pensar as boas iniciativas”, destacou o prefeito. “Estamos demonstrando na prática o que muito vem se falando sobre ação regional e cooperação entre os municípios”.
Segundo informou a pró-reitora de cultura e extensão da Furg, professora Darlene Torrada Pereira, os projetos deverão contemplar, prioritariamente, o fomento das culturas locais, seja na difusão, promoção ou formação. “Além da atividade propriamente dita, como a dança gauchesca ou outra modalidade artística, o projeto poderá contemplar o estudo da história e da formação da cultura tradicionalista num campo mais amplo”, exemplifica. Cada uma das 16 ações receberá o investimento de R$ 185 mil para o desenvolvimento de atividades ao longo de dois anos.
Ao abrir o encontro, o reitor da Furg, João Carlos Brahm Cousin, elogiou a iniciativa da Azonasul e disse que os projetos governamentais direcionados à cultura também estão tendo espaço de um maior desenvolvimento. “Assim como nos vemos da sala para a cozinha para atender os editais de ciência e tecnologia, agora também temos alternativas na cultura”, destacou. “Isso representa um novo momento, um novo patamar nos investimentos públicos. Um país que investe em educação precisa também fazê-lo em cultura”.
Para o reitor, cultura é vida e a região tem uma rica diversidade a ser explorada, cabendo aos gestores municipais terem a compreensão de sua importância para as suas localidades. “A cultura é algo básico para a comunidade e o prefeito que não tem essa compreensão, não honra o cargo que ocupa”, destacou.
A chefe da representação do Ministério da Cultura no Rio Grande do Sul, Rozane Dalsasso, disse que o edital enfocando duas regiões é uma das primeiras experiências no país e visando a ampliação da política de descentralização de recursos. “Esperamos que essa descentralização também aconteça na localização dos projetos”, disse. “Visamos a potencialização de iniciativas já existentes, de grupos que vêm atuando, contribuindo para que esses experiências tenham voz e vez”.
Segundo Rozane, o Rio Grande do Sul tem 51 pontos atualmente. No Brasil são 2.500. “Não foi possível no RS a realização de um convênio com grande potencial, como aconteceu em São Paulo – existem 300 pontos de cultura - e na Bahia – 150 pontos instalados”, afirmou. “O Ministério está negociando a assinatura de convênio com o Estado para a instalação de 18 unidades, contudo seriam necessários pelo menos 200 pontos para a maior capilaridade da política”.
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