quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Carta aos professores

Aos que não se cansaram da luta!
Companheiros e companheiras.
Depois de uma boa greve e se encaminhando para o final, é importante fazermos uma reflexão do quanto valeu a nossa luta e o que está colocado daqui para frente.
Em primeiro lugar entendo que as conquistas de uma luta, não estão na apreensão imediata do seu objeto, mas nas múltiplas possibilidades de avanço e organização que uma categoria pode ter.
A greve não conquistou tudo o que queríamos: retirada do projeto da Assembléia e o conseqüente abono dos dias de greve, mas possibilitou a retirada do regime de urgência e o compromisso dos deputados de não votarem qualquer projeto que mexa em nossos direitos.
Não temos a ilusão de que os deputados são nossos amiguinhos, mas aqui está outro ganho: amparados pela opinião pública colocamos a assembléia Legislativa em “chec mat” onde dificilmente conseguirão votar coisas contra nós, desde que estejamos organizados e mobilizados.
Nunca estivemos com um percentual tão alto de apoio da comunidade, como nesta greve. Convem lembrar que foi uma greve de fim-de-ano, onde a comunidade temia o não término o ano letivo, mesmo assim em nossas passeatas fomos aplaudidos, nas pesquisas interativas tínhamos um percentual sempre maior do que o governo e não foram poucas as escolas em que os educandos puxaram a greve ou os pais não mandaram seus filhos.
Durante quinze dias pautamos a imprensa e, por conseguinte trouxemos o debate da qualidade da educação e principalmente da valorização da categoria, numa época em que os nossos olhos estavam voltados para crise, férias, consumo etc.
Amargamos com um desconto de salário que doeu e vai doer, mas derrubamos a mascará do novo jeito de governar, o qual não conseguiu nos deter senão pela truculência, força e maldade. Perderam as rédeas administrativas por completo e acabou, por exemplo, em penalizar escolas que se quer tinha feito greve mostrando uma tremenda falta de habilidade política e administrativa. Quero crer que se continuarmos neste ritmo, de desgaste da governadora e do seu projeto neoliberal, no mínimo numa próxima legislatura estaremos longe deste mal.
Precisamos pensar também no que aconteceria se não tivéssemos feito tudo isso. O projeto já estava na Assembléia e com regime de urgência. Se nada tivesse sido feito, teriam votado o piso, depois a nossa carreira e quando voltássemos em março, nada mais havia para se fazer.
É verdade que tivemos algumas perdas, mas é melhor perder alguns dias lutando, do que entregar a vida sentado.
E DAQUI PARA FRENTE O QUE FAREMOS?
· Pressão para cima dos deputados para que não votem nada que tire nossos direitos. Para isso vale emails, visita à Assembléia, a casa dos deputados, pressão na sua base e organização nos dias de votação, bem como atos e caravanas.
· Dar continuidade ao desgaste da governadora e de seu projeto.
· União com os demais servidores públicos e movimentos sociais; criação de comitês, fóruns etc.
· Processo jurídico/político para mostrar as contradições legais e pressionar o judiciário por uma justiça mais isenta, na tentativa de reaver nossos direitos e os dias perdidos.
· Lutaremos pela manutenção do PSPN, a inclusão dos funcionários no mesmo e a manutenção da carreira. Além de aprovarmos nossa pauta de reivindicação.
Por último, penso que vale a máxima de Bertoldo Brecher: “aquele que luta um dia é bom, o que luta vários dias é melhor ainda, mas o que luta sempre é imprescindível”
Um abraço.
Veronezi / Diretor CPERS Sindicato
_____________________________________________________________________ Contribuição feita pelo Prof° João Carlos Ritter

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