sábado, 31 de janeiro de 2009

Os novos espelhos

Os espelhos estão cheios de gente.
Os invisíveis nos vêem.
Os esquecidos nos lembram.
Quando nos vemos, os vemos.
Quando nos vamos, eles se vão?
Este livro foi escrito para que não partam.
Nestas páginas unem-se o passado e o presente.
Renascem os mortos, os anônimos têm nome:
Os homens que ergueram os palácios e os templos de seus amos
As mulheres, ignoradas por aqueles que ignoram o que temem;
O sul e o oriente do mundo, desprezados por aqueles que desprezam o que ignoram;os muitos mundos que o mundo contém e esconde;
Os pensadores e os que sentem;
Os curiosos, condenados por perguntar, e os rebeldes eos perdedores e os lindos loucos que foram e são o sal da terra.
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Texto de Eduardo Galeano

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