quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Começa a 8° Bienal do Mercosul

Montagem da mostra Geopoéticas no Cais do Porto Foto: Flávia de Quadros/indicefoto.com

A 8ª Bienal do Mercosul abre suas portas no próximo final de semana. Conhecida como um dos principais eventos de arte contemporânea da América Latina, a Bienal do Mercosul estará em cartaz de 10 de setembro a 15 de novembro, em Porto Alegre/RS. Sob o título Ensaios de Geopoética, a 8ª edição da Bienal trata da territorialidade e sua redefinição crítica a partir de uma perspectiva artística. Reúne 105 artistas de 31 países que desenvolvem obras relevantes para discutir noções de país, nação, identidade, território, mapeamento e fronteira sob os aspectos geográficos, políticos e culturais.

Foto: Flávia de Quadros/indicefoto.com
O projeto curatorial está composto por sete grandes ações, abordadas por meio de estratégias expositivas e ativadoras: Casa M, Cadernos de Viagem, Continentes, Além Fronteiras, Cidade Não Vista, Geopoéticas e uma exposição do artista homenageado Eugenio Dittborn. Os espaços expositivos que irão receber as mostras da Bienal são os Armazéns do Cais do Porto, o Santander Cultural, o MARGS – Museu de Arte do Rio Grande do Sul e diversos espaços da capital e de outras cidades do RS.
O final de semana de abertura traz uma intensa programação com início na sexta-feira, 09 de setembro, com a realização da Cerimônia Oficial de Abertura, às 18h30, no Cais do Porto. A cerimônia é aberta ao público e vai contar com a presença de autoridades, diretores de instituições culturais nacionais e estrangeiras, colecionadores, artistas e curadores.
Após a cerimônia, às 19h30, o coletivo coreano-americano YOUNG HAE CHANG HEAVY INDUSTRIES apresenta a performance The Immigrant as a Geopoet (O imigrante como Geopoeta). Os artistas são conhecidos por seus textos animados em Flash e acompanhados por jazz, usualmente composto e interpretado por eles mesmos. As obras de Young-Hae Chang Heavy Industries têm uma estrutura narrativa e exigem que o visitante – como em um filme – permaneça até o final, dado que são pequenas histórias poéticas sobre a vida, que envolvem decisões de ética, moral e política, narradas com sutil humor e muito sarcasmo. O vídeo tem duração de 55 minutos.
No sábado, 10 de setembro, das 13h às 19h, ocorre o Seminário Internacional Ensaios de Geopoética, no Auditório Dante Barone da Assembleia Legislativa do RS (Praça Marechal Deodoro, 101 – 1º Andar). Com um formato que mescla conferências e performances, o seminário debate as questões abordadas no projeto curatorial da 8ª edição, apresentando diferentes perspectivas sobre geopolítica, territorialidade, fronteiras, nação e representação simbólica dos países. Artistas, pensadores, cientistas políticos, fundadores de micronações reais e fictícias, curadores e líderes comunitários de várias partes do mundo estarão reunidos no seminário para debater essas questões. A artista española Cristina Lucas, o presidente da Associação Comunitária Rosa Osório Marques – Quilombo Morro Alto, Wilson Marques da Rosa, o antropólogo argentino, radicado no México, Néstor García Canclini, e a professora Maria Adélia de Souza, catedrática de Direitos Humanos da Universidade Católica de Lyon são alguns dos convidados. As vagas estão esgotadas, mas o evento terá transmissão simultânea através do link:  //pwvideo1.procempa.com.br:8080/seminario
Após o Seminário, às 19h30, o coletivo Anarquia da Fantasia, apresenta-se na Casa M. Os artistas Bruno Villela, Gabriel Di Pierro e Pedro Palhares realizam intervenções sonoras com o uso de laptops e instrumentos diversos. Através de manipulações, os artistas desconstroem músicas de outros compositores, trechos de entrevistas, filmes e materiais próprios para construir, com base em improvisações, cenários de acordo com um tema ou proposta específica.
No domingo, dia 11, três artistas e coletivos apresentam performances especialmente criadas para a 8ª Bienal do Mercosul. Às 11h, o finlandês Oliver Kochta-Kalleinen comanda o Coro de Queixas de Teutônia, que se apresenta na Escadaria da Rua João Manoel, em frente à Casa M. Com música composta a partir de reclamações dos próprios moradores da cidade, o Coro é formado por cerca de 30 integrantes e tem arranjo e regência do professor de música Lucas Brolese. O projeto The Complaints Choir (O Coro de Queixas) foi criado pelos artistas Tellervo Kalleinen e Oliver Kochta-Kalleinen em Birmingham/Reino Unido, em 2005. Desde então, criaram 24 coros em diversas cidades do mundo. O Coro de Queixas de Teutônia faz parte do projeto Cadernos de Viagem e é o primeiro organizado pela dupla na América Latina. O Coro faz mais uma apresentação no mesmo dia, às 18h, no Cais do Porto.
Ao meio dia, é a vez de Beatriz Santiago Muñoz, artista porto-riquenha que produziu uma obra em colaboração com a comunidade de Caxias do Sul. Em formato audiovisual, a obra intitulada Folc-Industrial mescla cenas de trabalhadores de indústrias de Caxias com uma improvisação de cinco músicos da cidade. A performance que será apresentada consiste na projeção do vídeo enquanto cinco músicos caxienses dialogam com a imagem através da improvisação sonora. O evento acontece no Armazém A7 do Cais do Porto, dentro da mostra Cadernos de Viagem.
Às 15h, no Parque da Redenção, acontece a performance The Speech of the Swans (O discurso dos cisnes), organizada pelos artistas Jon Rubin & Dawn Weleski. Sósias do presidente dos EUA, Barack Obama, e do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, vão passear de pedalinho com o público no Lago da Redenção, discutindo temas políticos. A obra é um projeto de participação, desenhado especificamente para Porto Alegre e que conjuga características performáticas e políticas, utilidade e ócio, realidade e ficção, com o fim de explorar as formas como líderes políticos e mandatários são capazes de encarnar ideologias e criar, inclusive, mitologias em torno de suas figuras. A performance tem reapresentações aos domingos, nos dias 18 e 25 de setembro e 10 de outubro, às 16h.

Texto: Asscom 8ª Bienal do Mercosul

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