Lenço Farroupilha |
No dia 09 de setembro de 1836, Antônio de Souza Netto, a figura mais
respeitada das forças farroupilhas depois de Bento Gonçalves, vence as
tropas imperiais na primeira grande batalha, nos campos de Seival. Neto,
no fragor daquela vitória maiúscula sobre os imperiais, incentivado
pelos liberais exaltados, proclamou a República Rio-grandense,
declarando a província do Rio Grande do Sul separada do Brasil. Aquele
gesto separatista em relação ao estado brasileiro se impunha como
condição para implementar não só o regime republicano na então província
sul-rio-grandense, mas também nas demais províncias brasileiras, como
outros fatos vieram depois a comprovar. O Rio Grande do Sul separou-se
do estado brasileiro por não mais aceitar seu regime de governo, mas não
da nação brasileira.
Os símbolos cívicos oficiais do Rio Grande do Sul têm como origem
aqueles adotados para a República Rio-Grandense a partir de sua
declaração em 1836.
A
primeira oficialização de um símbolo cívico sul-riograndense ocorreu em
12 de novembro de 1836, através de um decreto assinado pelo Presidente
da República Rio-grandense em exercício José Gomes de Vasconcelos
Jardim, e por Domingos José de Almeida, ministro e Secretário de Estado
dos Negócios do Interior. Tratava-se de oficializar a adoção da bandeira
farroupilha que fora então inadequadamente chamada de “escudo de armas
do Estado Rio-grandense”. Nessa oportunidade não foram mencionados seu
Brasão de Armas e seu Hino.
Implantada
a república, no Brasil em 1889, republicanos gaúchos históricos como
Assis Brasil, Borges de Medeiros, Julio de Castilhos, Pinheiro Machado,
entre tantos outros, quando da escritura da constituição
sul-riograndense de 1891, oficializaram apenas a bandeira farroupilha
como símbolo estadual, definindo-a em seu título IV – “São insígnias
oficiais do Estado as do Pavilhão Tricolor da malograda República
Rio-Grandense”. Como se observa nesse texto legal, assim como o Hino,
também o Brasão de Armas não ali foi oficializado.
Curadoria de Ivo Benfatto e Rafael Lauermann
Curadoria de Ivo Benfatto e Rafael Lauermann
Fonte: Museu Julio de Castilhos
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