domingo, 12 de dezembro de 2010

Triste Realidade

Uma análise da evolução da relação de conquista e do amor do homem para a mulher, através das músicas que marcaram época. Não é saudosismo, mas vejam como os quarentões, cinquentões tratavam seus amores. É por isso que de vez em quando vemos uma mulher nova enroscada no pescoço de um cinqüentão ou sessentão...
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Década de 30:

Ele, de terno cinza e chapéu panamá, em frente à vila onde ela mora, canta:

"Tu és, divina e graciosa, estátua majestosa! Do amor por Deus esculturada. És formada com o ardor da alma da mais linda flor, de mais ativo olor, na vida é a preferida pelo beija-flor...."
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Década de 40:

Ele ajeita seu relógio Pateck Philip na algibeira,escreve para Rádio Nacional e, manda oferecer a ela uma linda música:

"A deusa da minha rua, tem os olhos onde a lua,costuma se embriagar. Nos seus olhos eu suponho, que o sol num dourado sonho, vai claridade buscar"
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Década de 50:

Ele pede ao cantor da boate que ofereça a ela a interpretação de uma bela bossa:

" Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça. É ela a menina que vem e que passa, no doce balanço a caminho do mar. Moça do corpo dourado, do sol de Ipanema. O teu balançado é mais que um poema. É a coisa mais linda que eu já vi passar."
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Década de 60:

Ele aparece na casa dela com um compacto simples embaixo do braço, ajeita a calça Lee e coloca na vitrola uma música papo firme:

"Nem mesmo o céu, nem as estrelas, nem mesmo o mar e o infinito não é maior que o meu amor, nem mais bonito. Me desespero a procurar alguma forma de lhe falar, como é grande o meu amor por você...."
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Década de 70:

Ele chega em seu fusca, com roda tala larga, sacode o cabelão, abre porta pra mina entrar e bota uma melô jóia no toca-fitas:

"Foi assim, como ver o mar, a primeira vez que os meus olhos se viram no teu olhar.... Quando eu mergulhei no azul do mar, sabia que era amor e vinha pra ficar...."
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Década de 80:

Ele telefona pra ela e deixa rolar um:

"Fonte de mel, nos olhos de gueixa, Kabuki, máscara. Choque entre o azul e o cacho de acácias, luz das acácias, você é mãe do sol. Linda...."
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Década de 90:

Ele liga pra ela e deixa gravada uma música na secretária eletrônica:

"Bem que se quis, depois de tudo ainda ser feliz. Mas já não há caminhos pra voltar. E o que é que a vida fez da nossa vida? O que é que a gente não faz por amor?"
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Em 2001:

Ele captura na internet um batidão legal e manda pra ela, por e-mail:

"Tchutchuca! Vem aqui com o teu Tigrão. Vou te jogar na cama e te dar muita pressão! Eu vou passar cerol na mão, vou sim, vou sim! Eu vou te cortar na mão! Vou sim, vou sim! Vou aparar pela rabiola! Vou sim, vou sim"!
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Em 2002:

Ele manda um e-mail oferecendo uma música:
"Só as cachorras! Hu Hu Hu Hu Hu! As preparadas! Hu Hu Hu Hu! As poposudas! Hu Hu Hu Hu Hu!"
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Em 2003:

Ele oferece uma música no baile:

"Pocotó pocotó pocotó...minha éguinha pocotó!
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Em 2004:

Ele a chama p/ dançar no meio da pista:

"Ah! Que isso? Elas estão descontroladas! Ah! Que isso? Elas Estão descontroladas! Ela sobe, ela desce, ela da uma rodada, elas estão descontroladas!"
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Em 2005:

Ele resolve mandar um convite para ela, através da rádio:

"Hoje é festa lá no meu apê, pode aparecer, vai rolar bunda lele!
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Em 2006:

Ele a convida para curtir um baile ao som da música mais pedida e tocada no país:

"Tô ficando atoladinha, tô ficando atoladinha, tô ficando atoladinha!!! Calma, calma foguetinha!!! Piriri Piriri Piriri, alguém ligou p/ mim!"
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Em 2010:

Ele encosta com seu carro com o porta-malas cheio de som e no máximo volume:

" Chapeuzinho pra onde você vai, diz aí menina que eu vou atrás. Pra que você quer saber?  Eu sou o lobo mau, au, au. Eu sou o lobo mau, au, au. E o que você vai fazer? Vou te comer, vou te comer, vou te comer. Vou te comer, vou te comer, vou te comer. Vou te comer, vou te comer, vou te comer."

Onde foi que erramos? Será que a sociedade pode produzir algo pior? Acho que as músicas trazem uma análise comportamental sempre importante de se fazer sobre o tratamento a que se colocam as mulheres.

Fonte: Email enviado por Flávio Barbosa

3 comentários:

  1. Engraçado que o texto ridiculamente tendencioso, AFIRMA que só se fez porcaria na última década. E pior ainda, cita como síbolo dessa degradação da cultura, o Funk Carioca e, somente este, como sinônimo de lixo cultural, deixando de fora a bosta da jovem guarda, por exemplo, que veio muito antes e hoje seus integrantes, não tão jovens assim, dominam grande parte do mercado fonográfico brasileiro produzindo só porcaria. O melhor de tudo: a culpa da violência contra a mulher (seja esta violência simbólica ou não) é atribuída ao funk carioca. Funk é violência de gênero... Sem contar o preconceito estupido que se coloca sem o autor sequer perceber. Isso sim é que é a petulante ignorância.

    "Acho que as músicas trazem uma análise comportamental sempre importante de se fazer sobre a que se colocam as mulheres"

    As músicas trazem uma ANÁLISE COMPORTAMENTAL?

    Eu continuaria escrevendo para limitar-me ao tema proposto pelo autor, mas realmente fica difícil...

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  2. Mulher nova enroscada no pescoço de um velho?

    Ele quer ser jovem e provavelmente é corno.

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  3. Prezado Turco, infelizmente o texto não é meu, mas eu o reproduzi no blog, por acreditar que colocam a mulher na condição de submissão é sim uma análise comportamental machista e intolerante, e me desculpa se o funk carioca hoje, em sua grande maioria, está atrelado a isso.
    Também acho que talvez a jovem guarda não produziu lá grandes coisas em torno da música de qualidade, mas comn certeza suas letras não tentam expor ninguém.
    E a música é ponto de influência entre as pessoas e remetem muitas delas a assumirem posturas e comportamentos, é so a grande gama de pessoas que se vestem, que se tentam ser parecidos com os seus idolos. Desculpa é uma análise comportamental, sim!
    Obivamente, aviolência contra a mulher não em sua totalidade esta, mas com certeza, este é mais um indicativo desta permissividade.
    Espero que compreendas, o sentido do que foi colocado.
    Claro que músicas deste tipo ocorrem em todos os genêros, mas que o funk extrapola, e muito.

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