Um grupo de artistas porto-alegrenses está se preparando para defender a permanência dos músicos que realizam apresentações ao vivo nos bares da Cidade Baixa, atualmente centro de um debate conflagrado entre representantes dos moradores, frequentadores da vida noturna do bairro, donos de bares e as autoridades municipais.
Na noite da última terça-feira, centenas de manifestantes fizeram um poético protesto musical pelas ruas do bairro, entoando músicas de protesto, sambas e canções ao som de instrumentos musicais e carregando faixas e cartazes chamando a atenção para os problemas enfrentados pelos músicos da noite com o arroxo aos estabelecimentos na Cidade Baixa.
O motivo do protesto, de acordo com um dos organizadores da manifestação, o músico Juliano Luz, foi a notícia de que a Prefeitura preparava um decreto proibindo a execução de música em qualquer estabelecimento que não fosse especificamente cadastrado como casa noturna. A ideia surgiu no Grupo de Trabalho que faz a mediação entre a prefeitura, secretarias municipais e moradores do bairro.
— Soubemos do tal decreto e tivemos apenas uma semana para contrapor a manifestação, chamar gente, organizar o protesto — diz Juliano, que postou uma convocação no Youtube para o que foi chamado Caminhada Cultural. Aos músicos foram se unindo, na caminhada pelo bairro, frequentadores do bairro, e no fim mais de cinco centenas de pessoas acompanhavam o protesto.
– Pelo tempo que tivemos para nos mobilizar, tanto o protesto quanto sua repercussão na internet foram um sucesso – diz Luz.
A manifestação foi gravada em vídeo por outro dos idealizadores da Caminhada Cultural, Tiago Trindade, e colocada como um manifesto audiovisual no Youtube. Em apenas dois dias, o vídeo já foi visto por quase quatro mil pessoas.
A vida noturna da cidade continua provocando discussões na cidade. Apenas nesta semana, cinco bares foram fechados pela Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (SMIC), entre eles espaços tradicionais da boemia do bairro, como Zelig, Prefácio e Bar do Marinho. De acordo com a secretaria, os bares não se adequaaram às exigências legais para funcionamento com música ao vivo, como isolamento apropriado.
Fonte: Jornal Zero Hora
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