Dia 2 de janeiro de 2011 entrei pela primeira vez no Palacete Santo Meneghetti, conhecido como Palacinho. Como a grande maioria dos gaúchos, não conhecia este patrimônio que outrora fora uma residência e há muitos anos abrigava a vice-governadoria do Rio Grande do Sul.
Ao subirmos as escadas da entrada do prédio, já nos chamam a atenção as paredes laterais e o teto, com belas pinturas esmaecidas pelo tempo. Entrando no saguão, a luminosidade nos faz imediatamente olhar para o teto, onde um grande vitral filtra a luz solar inundando de cores a escadaria de mármore de Carrara e os alpendres que lembram castelos árabes. A altura das paredes das numerosas salas amplas nos transporta aos tempos em que nestas corriam crianças, aconteciam grandes festas, faziam-se negócios e comentava-se a vida da Porto Alegre no início do século XX. O Palacinho foi inaugurado em 1926 por seu proprietário Santo Meneghetti, um rico comerciante que o encomendou ao arquiteto italiano Armando Boni, já muito conhecido na época e responsável pela construção de vários prédios em Porto Alegre e outras cidades do Rio Grande do Sul.
A ideia de transformá-lo em Centro Cultural surgiu já nos primeiros dias de funcionamento do meu gabinete e iniciamos as medidas necessárias para viabilizá-la. Foram realizadas reuniões com a Secretaria da Cultura, o Museu da Comunicação José Hipólito da Costa, o Margs, Iphae e MinC e a reação de todos foi de entusiasmo e apoio.
No dia 2 de dezembro foi finalmente assinado pelo Governador o decreto de criação do Centro Cultural Palacinho - Fototeca do Rio Grande do Sul, com o objetivo que guardar a memória fotográfica do nosso Estado e possibilitar às universidades, profissionais da fotografia e ao público em geral o conhecimento e o estudo dessa memória. Além disso proporcionará, como já vem acontecendo desde o inicio deste ano, encontros culturais de música, teatro e seminários de discussão sobre fotografia.
O Centro Cultural tem assessoria da Associação dos Amigos do Palacinho que, pelas suas características jurídicas permite o aporte de verbas não-governamentais, a fim de não sobrecarregar o orçamento da Secretaria da Cultura.
Desejamos que o Rio Grande do Sul usufrua mais deste local de encontros culturais e de reserva de memória, pois nada como o cuidado com a memória para preservarmos a história e a cultura para as gerações que nos seguem.
Sandra Genro
Primeira Dama do Estado do RS
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