30 de janeiro de 1903, o então Presidente do Estado, Antônio Augusto Borges de Medeiros criou a primeira instituição museológica do Rio Grande do Sul, o Museu do Estado. Seu acervo abrangia artefatos indígenas, peças históricas, obras de arte, coleções de zoologia, botânica e mineralogia. Em 1907, em homenagem ao ex-presidente do Estado, Julio de Castilhos, falecido em 1903, a instituição ganhou novo nome.
O Museu Julio de Castilhos comemora os seus 109 anos de criação na próxima segunda-feira (30), às 18h30min, em sua sede (Rua Duque de Caxias, 1205 – Centro Histórico). Uma especial representação histórica foi montada pelos moradores da Casa do Artista Riograndense para celebrar tão importante data, o aniversário de fundação deste museu que é o precursor em abrigar a história de nosso povo e nossas culturas.
A apresentação é baseada em trechos das cartas escritas por Julio de Castilhos para a sua amada, Honorina da Costa. Buscando solidificar a imagem de mito e heroi, muitas das biografias do ex-presidente excluíam de suas páginas o seu lado romântico e poético. Utilizando-se de fragmentos retirados dos originais, a proposta e expor um grande homem que ultrapassa a barreira do mito, transformando-se em humano, afetuoso e preocupado com sua amada.
Leitor ávido e seguidor da filosofia positivista, Castilhos expressava em suas correspondências o interesse pelos estudos de Honorina. Indicava leituras para ela, inclusive deixando clara a ordem na qual deveria ler. Sempre elogiando sua encantadora voz, também a incentivava a fazer aulas de canto e pintura, para aflorar seu lado criativo. Para ele, uma esposa deveria estar em mesmo grau de conhecimento do marido, podendo apoiá-lo e orientá-lo. Utilizando-se da doutrina comteana, a mulher não é somente objeto de um discurso, mas sujeito de um produto. No entanto, mesmo dizendo que a mulher tem proeminência social, a doutrina defende que é no lar que ela a exercerá.
Após concluir seus estudos na Academia de São Paulo, em 1881, Castilhos voltou para o Rio Grande do Sul, rompendo um longo relacionamento com a irmã de seu amigo João Daudt Filho. Após o rompimento, Castilhos passou a se relacionar com Honorina da Costa, jovem da cidade de Pelotas. Eles se casaram em 17 de maio de 1883, trocando muitas correspondências nos três meses que antecederam a data.
Enquanto Castilhos se mostrava uma pessoa contida e concisa nos seus discursos, muito em decorrência de seus problemas de gagueira, suas primeiras cartas para Honorina continham, inclusive, versos poéticos que expressavam a dor da solidão.
Julio de Castilhos morreu prematuramente em 24 de outubro de 1903, em decorrência de uma cirurgia na garganta.
Texto: Asscom Sedac
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