sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Minha Docência

Ocupo este espaço para relatar a experiência do módulo de estágio que acabei de concluir na Escola Fundamental de Ensino Fundamental Castro Alves, no município de São Lourenço do Sul/RS, trabalhando com uma turma do EJA (Ensino de Jovens e Adultos) - Totalidade 4, correspondente ao 6° ano do Ensino Fundamental.
Quero me ater na experiência profícua e inarrável que presenciei durante este estágio, um momento ímpar e celebre que vivenciei, um desafio de me encontrar em uma comunidade escolar que tem um jeito próprio de encarar as coisas, de dialogar, de fazer e de ser. Um jeito tão simples que denota em suas atitudes e em suas ações e expressões, diferentemente da pompa e dos trejeitos acadêmicos, ou do regramento imposto no ensino regular fundamental, uma expectativa diferente.
Simples, talvez sim, mas um emaranhado de situações que fizeram minha prática docente mais humanizadora, momentos edificantes e singulares que possibilitaram compreender que propiciar ao outro a construção de um conhecimento é acima de tudo, construir autonomia e independência, pois a medida em que o outro se emancipa perante um assunto ou perante uma situação, ele ao mesmo tempo compreende as suas questões pertinentes.
Falar da interação também é fundamental, pois ninguém sai igual após interagir com o outro, somos metamorfose, e sempre levamos um pouco da experiência do outro conosco. Chocar, improvisar e criar conceitos foram recursos que precisei construir para melhorar a interação, assim como dinâmicas e recursos técnicos para atrair a sua atenção. Desse modo foi possível mostrar aos alunos que podemos perceber por vários meios e por várias óticas a realidade e a história.
Saber um pouco mais da história de cada um, dos problemas e dos seus desafios diários e relacionar o conteúdo aos estudantes, foi pra mim muito mais do que um trabalho e sim um prazer, saber que pude fazer a diferença, mesmo num espaço curto de tempo e num conteúdo especifico para exercitar a didática e apreender conhecimento.
Comoveu-me muitas das histórias que conheci, apreendi-me de experiências das quais só sente quem as passa, e pude ver em até aqueles que possuem muito mais do que a dificuldade de aprender, possuem em si próprios o descrédito, uma baixa auto-estima, a certeza de podem mudar.
Trabalhamos muito e temos a clareza de que falta muito para se apropriar de conhecimentos, desde básicos da escrita, como ainda de formulação de idéias, mas aprendemos que o conhecimento não tem língua, não tem forma literária, não possui um dialeto, nem um anagrama ou coisa assim, o conhecimento advém das apropriações do homem no decorrer do seu tempo.

Um comentário:

  1. Oi, Joel!!!
    Importante blog regional. Já estás lincado no Dialógico.

    Abraço.

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